Livro PROVAI E VEDE
|
|
Narro, nesse livro, testemunhos de experiências pessoais com Deus. Muita gente me contava as graças e manifestações de bondade de nosso Deus e eu, encantada com tanta delicadeza divina, escrevi os acontecimentos. Todos os casos são reais. Mereceu um honroso 2o. lugar no 8o. Concurso Nacional de Obras Publicadas, promovido pela Academia de Letras e Ciências de São Lourenço, MG, 1997. Capa do artista Sérgio Prata, digitado por mim; foi um intenso aprendizado e luta com a digitação e composição, mas todo esse esforço barateou a edição do livro. Este não é vendido. Se quiser recebê-lo, é só mandar 3 selos de tarifa básica para Caixa Postal 154, 12900-000 - Bragança Paulista, SP. |
Leia um dos testemunhos...
ABENÇOADA
Linda ! Branca, com detalhes rendados no
busto. Comprou-a. Pegou o táxi, segurando bem o pacote. Atitude cuidadosa,
sinal do quanto se havia encantado com a nova camisola. O trânsito se
congestionou. Causa: acúmulo de gente no adro da Igreja de São Judas. Como
todo dia 28. Ela, devota, resolveu dispensar o carro e visitar o padroeiro.
Chegou no momento em que o padre mandava erguerem os objetos para serem abençoados.
Como não portasse nenhum rosário, nenhum livro de orações, suspendeu acima
de sua cabeça o pacote com a recém-adquirida roupa íntima. Cânticos e água-benta
aspergida consolidaram a oferenda. Feliz com o ato religioso, segurando com mais
carinho ainda o pacote, seguiu o caminho de casa. Guardaria a surpresa para a
primeira madrugada do ano-novo, dali a três dias. Iria agitar o marido; ficaria
como uma dama nobre, no leito conjugal.
O "réveillon" aconteceu, regado a champanhe, na alegria do convívio
familiar, na fartura. A madrugada ia adiantada, quando se viram a sós.
Misteriosa, com ares fatais, recomendou a ele que lhe desse um tempo, antes de
subir ao dormitório. Banhou-se, perfumou-se e se incorporou à camisola de
seduzir.
Quis arejar o ambiente com a brisa da madrugada e abriu a porta da varanda.
Apavorada, viu nela irromper um homem bruto, visivelmente drogado e agressivo.
Ameaçava-a com uma faca e exigia dinheiro, jóias, valores.
Trêmula, fez a catança nas gavetas e entregou-lhe. O ladrão descontrolou-se,
achando pouco. A zanga materializou-se numa facada feroz no peito da mulher.
Sangue! Sangue na alvura do traje de noite. O agressor fugiu tresloucadamente.
Ela perdeu os sentidos.
A cena trágica se apresentou ao marido. Amparou-a nos braços, o que a fez
voltar à consciência. Um estalido no chão chamou a atenção deles. Era a
ponta de uma faca enferrujada e ensangüentada. Não houvera a perfuração no
peito e, sim, o desvio para uma costela que, milagrosamente, agüentou o tranco,
sem grandes prejuízos para a integridade física. O traje de pano escorregadio
desviara o rumo da faca ! Como uma peça sagrada foi, depois, lavada e
recosturada. A camisola portadora de proteção celeste não era só uma veste
de dormir. Era, também, abençoada !